Teatro integra 2ª Semana de Visibilidade da Profissional do Sexo

A peça "Eu quero ver a Rainha", baseada em histórias de garotas de programa, participa da 2ª Semana de Visibilidade da Profissional do Sexo de Campinas, com três apresentações e uma oficina coordenada pela atriz Fabiana Fonseca. São realizados debates após os espetáculos. A última apresentação é realizada nesta quarta-feira, 4 de junho de 2008, às 15h, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas, localizado no Palácio dos Azulejos, à Rua Regente Feijó, 859, Centro. A entrada é gratuita. A promoção é da Associação Mulheres Guerreiras de Campinas, com apoio do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria de Saúde de Campinas. A abertura da Semana foi sexta-feira, com debate na Estação Cultura (Centro). As apresentações de “Eu quero ver a Rainha”, dentro da programação da Semana, fazem parte do projeto "Prostituição: Arte e Inclusão" com o patrocínio do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC) da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Campinas. A Semana tem como intuito a comemoração do Dia Internacional da Prostituta, celebrado anualmente em 2 de junho, e com isso a promoção de debates sobre a prostituição, com mesas de discussões, intervenções artísticas e oficinas culturais. A peça foi apresentada nesta segunda e terça-feira, no Centro de Saúde do Jardim Itatinga (região do Distrito Sudoeste de Saúde) e contou com aplausos de moradores e pessoas que freqüentam o bairro, além de profissionais da Saúde e parceiros. Cidadania "Estamos aqui para discutir sobre o direito de trabalhar, o direito à saúde, a creches, e contra discriminação", afirmou a coordenadora da associação, Elaine Maria Esteves, sexta-feira, na abertura do evento. Para abrir o encontro, a instituição organizou debate com Gabriela Leite, da organização não-governamental (ONG) Davida - fundada no Rio de Janeiro em 1992 para orientar prostitutas sobre o direito à cidadania e que detém a grife Daspu. O debate também contou com a coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas, Maria Cristina Feijó Januzzi Ilario, e com Luana de Jesus, representante da Associação de Travestis e Transexuais de Florianópolis (Abeh). A coordenadora do Programa DST/Aids explica a importância de apoiar a organização das profissionais do sexo: "A vulnerabilidade delas ao HIV está ligada a fatores sociais e individuais que demandam uma escuta qualificada do Sistema Único de Saúde (SUS) para suas necessidades", disse. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a população brasileira de profissionais do sexo é formada em sua maioria por jovens com idades entre 20 e 29 anos, com poder aquisitivo entre um e quatro salários mínimos e com nível de escolaridade elementar - 1º grau incompleto. Não há um levantamento oficial sobre o número de profissionais do sexo em Campinas, mas segundo estimativa da Associação das Mulheres Guerreiras, ao menos 400 pessoas trabalham na área. Aids As pessoas que desejam saber mais sobre DSTs e aids, ou que desejam fazer testes de HIV e de outras DSTs, em Campinas, devem procurar o Centro de Saúde mais próximo ou os dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) disponíveis na cidade. O CTA Centro, conhecido como “Coas/CTA” funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, fica na rua Regente Feijó, número 637 e o telefone é o (19) 3236 – 3711. O CTA Ouro Verde, fica junto ao Complexo Hospitalar Ouro Verde, próximo ao Terminal Ouro Verde de Ônibus. O endereço é avenida Rui Rodrigues, 3434, funciona somente às segundas-feiras, das 13h às 17h e o telefone é o (19) 3226 – 7475. O teste de HIV e outras DSTs, no SUS, é gratuito e sigiloso. O resultado somente a pessoa que fez o teste fica sabendo. Além disso, o teste pode ser anônimo. Desde o início da epidemia de aids, nos anos 80, a cidade registrou cerca de cinco mil casos de aids. O Programa DST/Aids de Campinas informa que não existem “grupos de risco” para a aids, o que significa que toda a população é vulnerável ao HIV e outras DSTs. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que Campinas tem pelo menos duas mil pessoas vivendo com HIV e que não sabe que têm o vírus da aids.